NEAF socializa respostas da enquete

O Núcleo Educacional de Ações Afirmativas – NEAF foi construído a partir do desafio de desenvolver ações que garantam a implementação da Lei 11.645/08 no ano de 2010, no município de Coração de Maia/BA.

Com objetivo de ampliar o debate a respeito do tema “Implementação da Lei”, o NEAF lançou uma enquete com a seguinte pergunta: Como a lei n° 11.645/08 está sendo implementada em seu município? E como resposta a proposta de democratizar as análises enviadas, disponibilizamos agora seis das inúmeras respostas recebidas.

  • JAGUARACY CONCEIÇÃO – Lauro de Freitas/BA

“Muito ainda tem que ser feito para vermos as citadas leis cumpridas. Esse é o país em que há muitas leis, agora, cumprimento nada. Não sei como realmente andam as coisas em relação ao estado e Salvador, porque em Lauro de Freitas é uma piada. Houve uma capacitação para docentes de História, Língua Portuguesa e Artes, com promessa de que depois todos os docentes seriam capacitados e até hoje nada. Observe-se que o tema deve ser trabalhado em todas as disciplinas. A luta é grande”.

  • CARLOS GIBRAN – Feira de Santana/BA

“Bem, sou de Feira de Santana e o que posso dizer é que a implementação da lei 11645/08 é um desafio que todos os anos temos enfrentado. O grande desafio é mostrar a comunidade escolar que o Dia do Índio e da Consciência Negra não contempla a lei na sua totalidade, é apenas uma amostra da consequência de um trabalho feito durante todo o ano. Acredito que passa não só pelo planejamento dos docentes, mas também pela estrutura que a escola oferece de material didático a recursos audiovisuais… e nisso, infelizmente Feira de Santana deixa a desejar. Apesar de haver um projeto que dizer estar implementado – A EDUCAÇÃO DIGITAL – onde as escolas seriam equipadas com lousa digital, por exemplo, quando fazemos uma pequena pesquisa nas escolas, vemos que esta realidade faz parte de poucas e que não se tem garantia alguma de que as implementações necessárias serão realmente efetivadas. Enfim…um longo e sinuoso caminho a ser trilhado, onde salários dignos aos professores, seriedade com a educação fazem parte da caminhada!”.

  • MARION DANTAS  – Salvador /BA

“Sou relativamente nova na Educação, mais a minha formação, trouxe a disciplina na matriz, possibilitou há está verificando, buscando subsídios diversos sobre a Lei nº 11.645/08, não sou funcionária da rede municipal de ensino de Salvador, mais fui estagiária e possibilitou a nossa práxis, a está colocando em prática a pedagogia de projetos que contempla a lei, a tarefa realmente não é fácil, é árdua, mais permite com a vivência do educando se enxergar-se olhar, se rever… e saber que ele faz parte desse universo.
E aí vem um paradoxo, que mesmo tendo um pouco de conhecimento, os livros didáticos, as mídias, e muitas vezes a ” comunidade escolar” não dá um suporte para esse educando, quanto mais esse profissional, que a Lei aqui no Brasil, infelizmente só fica no papel, e o pobre, de periferia, não tem o direito de ver o seu amanhã melhor!!! Contemplando a Lei nº 11.645/08 na sua totalidade em nosso município”.

  • REJANE AMOR DIVINO – Salvador /BA

“Aqui em salvador o munícipio realizou capacitação, disponibilizou material porém nem todas as escolas, embora mesmo com a obrigatoriedade da lei ela não é aplicada. Eu como mulher negra e educadora comprometida trabalho da melhor forma possível e estou sempre em busca de qualificar minha prática, no momento estou concluindo um curso EAD-UFBA (UNIAFRO) para ter embasamento e poder instigar alguns colegas a trabalhar a temática. Para que efetivamente o trabalho em equipe aconteça alguém sempre terá que da o pontapé inicial, temos material, recursos só falta a “boa vontade” de alguns porém os poucos que veem realizando já estão fazendo a diferença”.

  • MARIA DEL CARMEN – Salvador/BA

Como toda lei neste país, as secretarias (Municipais e Estaduais) fingem que implementam e a sociedade finge que participa, as diretorias de escolas fingem que estão trabalhando sob a lei e não é verdade. Hoje, com a atual administração pública, principalmente a Municipal, implementar a lei 11645/08 é praticamente impossível por conta de uma submissão religiosa arbitrária que entende que os ensinos Afros com toda a história e envolvimento com o candomblé, seriam nocivos à sociedade. As secretarias não estão preparadas, não têm um plano, um projeto para a implementação. As raríssimas escolas públicas que já estão trabalhando com a lei, o fazem por conta própria, tendo que encarar o confronto com a arbitrariedade religiosa do governo (municipal e estadual). Arrisquem-se a ligar para a Secretaria de Educação do Município e do Estado e peçam o projeto de implementação……não existe. Camufladamente a intolerância religiosa está agindo mais uma vez. Se não for….me provem”.

  • KARINA DIAS – Florianópolis/SC

Olá, no meu município, Florianópolis/SC a discussão é muito recente nas escolas e a formação continuada de professores não foi contemplada com essa temática com a amplitude e aprofundamento que merece”.

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